Música festiva<br>para um aniversário glorioso<br>– os 40 anos da Festa!

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Quem, todos os anos, decide reservar o primeiro fim-de-semana de Setembro para, depois de um merecido retempero de férias, preparar o regresso à dureza, à intensidade ou à concentração da labuta quotidiana, já sabe que a ida e a frequência quotidiana da Festa do Avante! é a melhor forma de reencontrar velhos amigos, conhecer novos camaradas, conviver humanamente da forma mais sã e democrática e intervir na discussão política sobre diversas e candentes questões da actualidade nacional e internacional, sem deixar de fruir e participar, naturalmente, de uma das características mais fascinantes e inigualáveis de uma manifestação de massas como esta: o ensejo de assistir a uma multiplicidade de espectáculos em todos os domínios da Arte e da Cultura popular e erudita.

E é fora de dúvida que, logo a abertura da Festa, na 6ª feira à noite, no Palco 25 de Abril, se transformou de há muitos anos para cá numa manifestação cultural verdadeiramente única, sem par no nosso País, pela possibilidade aberta a milhares de visitantes de entrar em contacto, quantas vezes na sua primeira oportunidade e com a formalidade descontraída e sempre composta que nos caracteriza, com a Grande Música, seja ela clássica ou contemporânea, do género operístico ou sinfónico, para volumosas massas orquestrais, pequenos e grandes coros, e solistas dos mais consagrados ou em começo de promissoras carreiras.

Se é certo que este ano se comemora o 40.º aniversário da própria Festa, não poderia ser de forma diversa concebido o seu concerto de abertura e, neste sentido, o seu repertório, escolhido de forma muito aberta, deveria preferencialmente abarcar géneros muito diversificados, dando atenção particular aos vários tipos de público que preenche, até às alamedas laterais, o recinto central em frente do Palco 25 de Abril.

Por maioria de razões foi, sobretudo, à música festiva ou à música da exaltação da grandeza do Homem, no seu percurso contra a opressão, pelos direitos cívicos, pela Liberdade e pela Democracia que atribuímos a nossa principal atenção, seja ela música programática no sentido mais profundo do termo, seja ela pura música de regozijo e circunstância.

Neste sentido, a conjugação da leveza orquestral de um Bizet com o poder vigoroso de um Beethoven, das características claramente nacionais de um Shostakovitch ou de um Glinka com a forte personalidade e identidade dos “espirituais negros”, dos ecos sempre inspiradores da Revolução Francesa com a ressonância heróica das canções de Lopes-Graça ou da força agregadora de Ortega, vão de par com uma atmosfera geral de celebração e, ao mesmo, de um emocionante, consciente e invejável espírito comemorativo, susceptível de se transferir, no dia seguinte, para a nossas próprias vidas e de nos transmitir renovadas forças e coragem na prossecução dos passos necessários para transformar em certezas os ainda insuficientes sinais de mudança e de esperança que este ano nos trouxe.

 

Programa

Charles Bizet

L’Arlesiénne» n.º 2 – Orquestra

 

Giusepppe Verdi

Va pensiero” da ópera

Nabucco”– Coro e orquestra

 

Mikhail Glinka

Ruslan e Ludmilla”, abertura

Orquestra

 

Étienne Nicolas Méhul

Poema de Maria Joseph Chénier

Chant du Départ”

Coro, orquestra, 2 solistas

masculinos, 2 solistas femininos

 

Ludwig van Beethoven

Coriolano, abertura – Orquestra

 

Free at last”

Espiritual negro, rec. J. W.

Work

Coro, Hammond B3 (Filipe de

Melo)

 

Acordai”

José Gomes Ferreira / Fernando

Lopes-Graça (“Heróicas”)

Coro, piano (Filipe de Melo)

 

Jornada”

José Gomes Ferreira / Fernando

Lopes-Graça

 

(“Heróicas”)

Coro, piano (Filipe Melo)

 

Katyusha”

Mikhail Isakowsky / Matwec

Blanter

Coro, orquestra

 

Dmitri Shostakovich

Sinfonia n.º 10, 2.º andamento

Orquestra

 

Down by the Riverside”

Espiritual negro, (trad.)

Coro, Hammond B3 (Filipe de Melo)

 

El Pueblo Unido
Jamás Será Vencido”

Sergio Ortega

Coro, piano (Filipe Melo)

 

Ludwig van Beethoven
Fantasia Coral op. 80

Coro, Ana Paula Russo (sop.),

Catia Moteso (alt), Marco Alves

dos Santos (ten.), José Corvelo

(bar.), António Rosado, (piano),

orquestra 

 

Concerto

 
Orquestra Sinfonietta de Lisboa;

Maestro: Vasco Pierce de Azevedo;



CORO sinfónico LISBOA CANTAT

Maestro: Jorge Carvalho Alves



Solistas:

Ana Paula Russo
– Soprano

Cátia Moreso
– Meio-Soprano

Marco Alves dos Santos
– Tenor

Jorge Carvalho Alves
 – Tenor

Jorge Curvelo
– Barítono

Filipe Melo
– Piano e órgão Hammond

António Rosado
  Piano




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